Quando os planos dão errado, quando era pra você ir ao invés de ter ficado, quando você nem se arrumou pois não esperava nada além do que uma cerveja no bar...De vez em quando o universo nos proporciona agradáveis surpresas e uma noite pode se transformar naquela pontinha de emoção vivida a cada novo encontro.
A química explode, o desejo acontece, as descobertas instigam, a vontade surge... Mas a vida traiçoeira insiste em cobrar a rotina: uma escolha marcada pela distância. Como pode algo ser tão bom e ao mesmo tempo tão cruel? O eterno paradoxo entre ter mil pedras preciosas na mão e deixar de lado mil tesouros...
Então basta a mensagem de bom dia para que a barriga gele, basta o olhar das fotos para que mil histórias sejam imaginadas, basta um elogio para que todo o gelo derreta, e assim vai...Assim vai até o tempo se tornar escasso, as obrigações te tornarem cansada, a expectativa não ser correspondida. Por que nada dura sem presença, sem olho nos olho, sem o toque, sem as conversas ao pé do ouvido. E tudo que se cria quando está longe desmorona ante a não superação das expectativas.
Mas quem está errado? Não somos nós que depositamos no outro a função de nos satisfazer? Somos como um copo meio cheio esperando que alguém nos transborde de vida, de amor, de felicidade, esquecemos de que é nosso esse dever.
Ao outro devemos deixar livres para serem como são, as expectativas devemos moldá-las para que sejam apenas nossas, ao gostar devemos dar o tempo, para que amadureça, para que flua. O eterno fluir de todas as coisas, a eterna transição a qual somos impostos.
Aceitação e entendimento de que tudo caminha como deve, pois amor é sentimento que não deve ser forçado, nem planejado. Esperemos o tempo colocar as coisas no lugar, esperemos possuir a compreensão de que, como diz Rubem Alves...
"Amar é ter um passarinho pousado no dedo"!